#ChuvaNoES: a sobrecarga participativa na página da Prefeitura de Vila Velha no Facebook
28 de dezembro de 2013 • por Fabio Malini
O conceito de “Ataque interativo” ou “Sobrecarga participativa” A fanpage da Prefeitura de Vila Velha nesses dias de dezembro.
Fanpage da Prefeitura de Vila é enxameada por moradores exigindo informações sobre alagamentos e soluções intervencionista no meio ambiente na cidade. As imagens mostram a interação nos posts antes e depois do dia 20 de dezembro, quando a chuva começa a cair na cidade. Os posts da PMVV são as bolinhas maiores. Os usuários são as bolinhas menores. Bolinhas chamamos de nós, em teoria. A cor verde dos posts mostra a página antes das chuvas. Poucos usuários participando da página. Nesse momento, a fanpage possui baixo engajamento (poucos comentários, likes e compartilhamentos).
Depois das chuvas, veio o que chamamos de “ataque interativo”, quando os usuários do Facebook deixam quentes os posts da PMVV, gerando debates, controvérsias, questionamentos, elogios recorrentes e até uma guerra em rede. Depois das chuvas, o os usuários ativos são outros, formando a rede vermelha. O efeito colateral de um “ataque interativo” será a perda completa do administrador da página de gerir a velocidade de respostas a comentários, a tensão em torno de comentários críticos (que tendem a ficarem mais ricos de interação) e, o pior: a desconfiança – no limite, a descrença – naquilo que se é noticiado.
Para entender o caso real.
Caiu mais de 300 milhões de metros cúbicos de água de chuva no Rio Jucu. A cidade, sem sistema adequado de drenagem e bombeamento dessa chuvarada, viu a água vazar para a região do entorno do rio, no Canal de Guaranhuns. Construídos em áreas ambientais, casas e apartamentos da região ficaram ilhados. Sem solução, a Prefeitura da cidade tentou abrir uma vala na foz do Rio Jucu, que só enche (devido à maré atual), tentando dar vazão a água já apodrecida da imagem. Sem sucesso, os moradores e a Prefeitura, em desespero, estão sem saber o que fazer. Para tentar evitar uma epidemia de inúmeras doenças, a solução tem sido sacrificar a reserva ambiental e o mar da cidade, mesmo sabendo que os efeitos sociais e ambientais podem ser ainda maiores. E o que fazem é crime ambiental.
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